sábado, 19 de abril de 2014

Peixes

Não te quero pelo que tens de pleno
Quero o caldo do efêmero
Da qualidade de quem se vai no supetão
Pra que eu possa fantasiar memórias
Sobre sua despedida amistosa e triste

Não te quero pelo que tens de verdadeiro
Mas pelas mentiras que são arte eterna
Pela fuga que me permite voar pra longe
Pra que eu possa roubar de ti
Tudo que você nunca teve
E preencher esse vácuo na alma

Não te quero em hipótese alguma
Mas me quero em antítese contigo
Entre essas quinas e curvas oblíquas
Onde nasceu nosso amor já findo

Um comentário:

  1. Maravilhoso Gui! Estou aqui me esgueirando por essas entrelinhas fantásticas! Parabéns!

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